• o coletivo
    • cada um
    • rede
    • o festival
    • 2ª edição | 2018
    • 1ª edição | 2016
    • bubuia
    • porumtriz
    • o que me toca é meu também
    • meu chapéu é o céu
    • pão e circo
    • geringonça
    • poéticas circenses contemporâneas
    • origami - vin\co
  • galpão
  • calendário
Menu

Instrumento de ver

um coletivo em todos os sentidos
  • instrumentos
    • o coletivo
    • cada um
    • rede
  • arranha-céu
    • o festival
    • 2ª edição | 2018
    • 1ª edição | 2016
  • espetáculos
    • bubuia
    • porumtriz
    • o que me toca é meu também
    • meu chapéu é o céu
  • projetos
    • pão e circo
    • geringonça
    • poéticas circenses contemporâneas
    • origami - vin\co
  • galpão
  • calendário

blog coletivo

aqui é um espaço virtual, aberto e coletivo, para escritas relacionadas aos projetos do coletivo em andamento.


Latest and Greatest:

geringonça
Revista Geringonca
about 2 years ago
Lembranças de um ensaio
about 2 years ago
intimidade
about 2 years ago
Carta ao antigo namorado
about 2 years ago
Carta do objeto ao amigo
about 2 years ago

Fresh Tweets:

twitter Block
To display items in this block, you'll need a connected account. Edit this block and select an account from the drop-down menu. You can also connect a new account. Learn more
  • Twitter Username
    Quisque iaculis facilisis lacinia. Mauris euismod pellentesque tellus sit amet mollis.
    less than a minute ago
  • Twitter Username
    Sed purus sem, scelerisque ac rhoncus eget, porttitor nec odio. Lorem ipsum dolor sit amet.
    about a week ago

Foto João Saenger

Foto João Saenger

Carta do objeto ao amigo

September 05, 2016 in projeto de pesquisa

Querido amigo,

fiquei imobilizado depois da nossa última conversa. Talvez tenha me batido uma nostalgia, uma saudade do tempo em que o tempo não corria, andava. Quando o tempo anda, as coisas surgem do horizonte, podem ser vistas de longe, de perto, de frente, de lado, se afastam, diminuem e desaparecem. Eu me sentia especial nesse tempo... entendia e até tinha a ilusão de que tinha algum controle sobre a reação que eu causava nos outros. Sabia ser visto em movimento.

Hoje, às vezes, esqueço de que compartilho o mundo com os outros. Estou sempre preocupado em como passar de um lugar ao outro, de entender o propósito da minha existência, minha utilidade. Estranhei quando você me lembrou que não necessariamente a minha (a sua, a nossa) existência precise cumprir alguma função. Tenho medo de pensar assim. Quem não serve para nada é descartado. 

Me pergunto se eu poderia me conformar em simplesmente ser. Me deixariam em paz? Seria essa a eternidade? Ficar em paz, imóvel, indisponível ao descarte só e somente pela possibilidade da contemplação?

Me desculpa o tom exageradamente filosófico, essas perguntas não são direcionadas a você, mesmo que no íntimo talvez eu queira te devolver a inquietude que você me provocou. Até hoje tudo o que eu queria era estar quieto, no movimento frenético da função a mim destinada, para não cair no esquecimento. Não percebia, porém, que estava, assim, a aceitar o ciclo que terminaria com o meu fim. O que me causou, depois da nossa conversa, foi um desejo talvez até vaidoso de existir sem necessidade, de não precisar cumprir uma missão. Essa ânsia pela liberdade de poder ser uma coisa, e só. De ser e estar disponível aos olhos dos outros. Sem mais.

Te espero para um café!

Com saudade,

P.

Tags: carta, geringonça, julia henning
← Carta ao antigo namoradoCarta de Despedida →
Back to Top

email: instrumentodever@gmail.com
telefone: +55 61 984 141 970 | 999 660 663

Avenida Belém-Brasília casa 11 A | Acampamento Rabelo

Vila Planalto | Brasília | DF | Brasil