um círculo de mágicas e realidades

O mundo é redondo. O circo também.

O mundo é um círculo em volta de mim.

A realidade é um raio que sai do fundo do meu olho e que, quando eu giro 360 graus em torno do meu eixo, faz um círculo em volta de mim, que é do tamanho do alcance da minha visão. Nesse círculo cabem algumas coisas e poucas pessoas. Não sou eu quem as escolho, são as que estão nesse raio de alcance.

Para crescer essa realidade eu posso:

1) usar óculos ou

2) subir bem alto, provocando uma outra dimensão.

Algumas vezes eu caminho, deixo muitos círculos por onde eu passo e crio outros quando olho em volta.

Quando eu me aproximo de alguém, temos o mesmo círculo. Isso se ela não for míope.

O circo é realidade. O mundo também. Tudo o que está dentro do círculo é real. Salvo o que é mágico.

Subir em cima de um banco equilibrado em garrafas, por exemplo, é real.
Se pendurar em uma mão só: real.
Colocar os pés na cabeça: bem real, comum até.
Pessoas que moram em árvores: é real, descobri pelo Google.
Pessoas que moram nas ruas: é real.

Tem coisas que, de tão absurdas, parecem irreais, por exemplo:
Eu bati o carro mais de 20 vezes.
Minha irmã perdeu 3 vôos nos últimos seis meses.
A mãe da Bia já andou em cima da elefanta Flávia.
Elegemos Bolsonaro como presidente do Brasil.
Essas não entram no circo.

As coisas mágicas sim:
Uma revoada de borboletas amarelas, por exemplo, é mágica.
Desmaiar ouvindo música cigana, é mágica.
Uma trapezista fazendo um número com um gato, é mágica.